Em meados do século XVI, o filósofo e teólogo cristão, Desidério Erasmo (1469 - 1536), mais conhecido como, Erasmo de Rotterdam, nos presenteia com uma obra magnífica com estilo conversativo e de tom satírico. Erasmo foi um dos maiores eruditos de seu século.
Fruto da efervescência filosófica de seu tempo, o livro apresenta características humanistas por influência do Renascimento. Tendo sido escrito em homenagem ao amigo, Thomas More (autor de “Utopia”) ao qual Erasmo brinca com a semelhança entre o nome More com Moria (que em latim significa loucura), sabendo o quanto amigo estava longe dela.
Enredo: A história gira em volta da personificação da Deusa Loucura, que por nunca ter sido elogiada por suas boas ações aos humanos, se indigna com a ingratidão deles, passando a tomar a iniciativa de elogiar a si própria, e ao mesmo tempo, mostrando o quanto os homens dependem dela. A partir de então, ela passa a criticar a visão preconceituosa dos filósofos e teólogos de que a loucura é um mal para a humanidade, mostrando que não existe ninguém mais feliz que os loucos, que, influenciados totalmente por seu poder, vivem sem preocupação e temor. Assim, a Loucura mostra-se sendo imperatriz do mundo, já que seu poder rege Deuses, Estados e Religiões. Através desse enredo satírico, o autor tenta expor os males da vida, como a hipocrisia e a intolerância dos homens aos leitores, e criticar com isso, o modo de vida da época. O livro é tido como um dos mais eloquentes e inreverentes da história, um marco da literatura e da filosofia. É bem sabido porque até hoje os argumentos contido no livro, ainda são totalmente plausíveis com a modernidade.
Um trecho do livro: “Ó céus! Acaso há homens mais felizes na terra que os comumente chamados de loucos, insensatos, bobos e imbecis? Em primeiro lugar, eles não temem de modo nenhum a morte, o que, certamente, não é uma pequena vantagem. Não conhecem nem os remorsos devoradores de uma má consciência, nem os vãos terrores que as histórias do inferno inspiram aos outros homens... Jamais o temor dos males que os ameaçam, jamais a esperança dos bens que podem obter seria capaz de perturbar por um só instante a tranquilidade da alma deles. E, se são bastante felizes para chegar muito perto da estupidez dos brutos, têm ainda a vantagem, segundo os teólogos, de ser impecáveis.”
Para aqueles que queiram se deliciar da leitura desse livro. Disponho aqui o livro em formato PDF.
